
Coral Lírico de SP celebra 70 anos
Publicada em 12/06/2009 revista VIVA MÚSICA!
O Coral Lírico completa 70 anos de atividades.
Para comemorar a data, o conjunto apresenta quatro récitas no Municipal de São Paulo, a partir de 13 de junho.
“Estes espetáculos irão transparecer o nosso intenso trabalho técnico e artístico. Além disso, os espectadores poderão apreciar, além das óperas e concertos líricos sinfônicos, experimentações que temos feito com canções populares brasileiras e americanas e música de cinema”, conta o maestro titular do Coral, Mário Záccaro.
A série de concertos terá ainda uma apresentação especial, no dia 16, dedicada a deficientes auditivos, com interpretação simultânea por meio da Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Uma exposição de fotos e figurinos utilizado em sete décadas de atividades estará montada no terceiro andar do Municipal.
O grande representante da ópera em São Paulo
Foi em um 13 de junho, há 70 anos, a primeira apresentação do Coral Lírico. O conjunto participou da montagem da ópera “Turandot”, de Puccini.
Em 1939, o Coral Lírico foi criado sob direção do maestro Fidélio Finzi e coordenação de Armando Belardi, então diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo. Naquele ano, o conjunto participou de 12 óperas.
Ao longo das décadas, o grupo já esteve sob a direção de grandes maestros, como Sisto Mechetti, seu filho Marcelo Mechetti, seu neto Fabio Mechetti e Oswaldo Colarusso. Entre os regentes convidados, Tullio Serafin, Eleazar de Carvalho, Francisco Mignone, Ira Levin, Isaac Karabtchevsky, Eugene Kohn, John Neschling e Roberto Duarte.
Regente titular do Coral, desde 1994, Mario Valério Záccaro teve sua primeira passagem pelo grupo entre os anos de 1985 e 1987.
“O Coral Lírico é um grupo de notória representatividade em função de sua tradição. É o grande representante do estilo operístico na cidade de São Paulo”.
O grupo participa de montagens de óperas e concertos corais sinfônicos.
Integrante do conjunto há quase 20 anos, a soprano Jacy Guarany, que também é presidente da Associação dos Cantores e Solistas do Coral Municipal de São Paulo relembra um dos muuitos fatos marcantes da longa trajetória.
“Um episódio que não esqueço foi o concerto de re-inauguração do Teatro Municipal de São Paulo, no início dos anos noventa. Lembro que a energia era muito positiva”, conta Jacy Guarany.
O Coral Lírico também participou de um evento-chave da história recente de São Paulo. No dia 9 de julho de 1999, o conjunto participou da “Sinfonia N. 2” (Ressureição), de Gustav Mahler, na inauguração da Sala São Paulo, com a Osesp regida por John Neschling.
Entre os vários prêmios que o Coral Lírico recebeu, destacam-se o prêmio APCA (1996), como Melhor Conjunto Coral e o Prêmio Carlos Gomes (1997), na categoria ópera.
Futuro em pauta
Tendo em vista o término das obras do Teatro Municipal de São Paulo, o maestro Mario Záccaro quer retomar o ritmo de programação.
“Queremos continuar fazendo de seis a oito óperas por ano. Nos planos futuros, estão também a renovação de nosso repertório lírico sinfônico com obras ainda não realizadas”, adianta Záccaro.
“Nossa dinâmica de ensaios e apresentações têm sido bem puxada. Ano passado, chegamos a ensaiar quatro óperas ao mesmo tempo. É tudo muito corrido e desafiador, mas vale pena”, finaliza.
Serviço
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Coral Lírico do Teatro Municipal de São Paulo.
Datas: 13, 16, 18 e 21 de Junho.
Horários: 20h30 (nos dias 13, 16 e 18) e 16h30 (no dia 21).
Local: Teatro Municipal de São Paulo. Pça. Ramos de Azevedo, s/n – Centro. São Paulo (SP) – 01037010.
Tel: (11) 3223-3022
R$ 10, R$ 15 e R$ 20.
Programa: Villa-Lobos (Prelúdio, das Bachianas Brasileiras N. 4); Pixinguinha/ João de Barro (Carinhoso); Tom Jobim (Luiza); G. Gershwin/ Ira Gershwin (I Got Rythm); M. Valle (Viola Enluarada*); M. Zaccaro (Momento, para piano e orquestra*); Edu Lobo (Beatriz); L. Bernstein/ S. Sondheim (Somewhere*); R. Rodgers/ O. Hammerstein (Climb Every Mountain).
*Érica Hindrikson, regência
Carlos Gomes (Alvorada, da ópera Lo Schiavo); Verdi (Excertos das óperas Otello e Macbeth); Wagner (Beglückt darf nun dich, o Heimath, da ópera Tannhauser); P. Mascagni (Intermezzo, da ópera Cavalleria Rusticana e Son io, son io la vita, da ópera Iris); Puccini (Gira la cote…Perchè tarda la luna, da ópera Turandot).
Regência, Direção Musical e Arranjos – Mário Zaccaro
Maestrina Assistente – Érica Hindrikson
Pianistas ensaiadores – Marizilda Hein e Marcos Aragoni
Direção cênica e concepção – Eloisa Baldin
Assistente de direção – Rosana Barakat
Direção de Arte e iluminação – Miguel Geraldi
Efeitos sonoros – Marcelo Baldin (combustion)
FOTOS DO ESPETÁCULO – http://www.flickr.com/photos/elobaldin/sets/72157620651285699/with/3676565833/